Qual a paz que eu não quero conservar ?


Autora: Angela G.


Mais uma crise de identidade. "É pela paz que eu não quero seguir admitindo" sentar no sofá e decorar os comerciais, todos os dias, e esquecer meus livros, não por querer, eu os clamo, mas eles não vêm, então essa força que me prende ao sofá, continua me prendendo. Essa força não é imaginária, ou invísivel, grito o tempo inteiro pras cordas me soltarem, e quero chorar e fugir, dormir. Deus, como eu quero dormir!
As cordas fingem gostar de mim, fingem me amar, e eu finjo à elas, ou as amo ? Eu as amo, eu as deixo prender-me aqui, para sempre e sempre, e sorrirei. Eu as amo. Mas quero amá-las? "Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz?" Quero, ainda, amá-las? Deus, como eu quero ter coragem, "pois paz sem voz, não é paz, é medo."
Deixarei mais um dia, outro domingo, mesma TV, mesmo sofá, mesmas cordas e também amanhã. Não ouso pedir : "Me abrace e me dê um beijo, faça um filho comigo, mas não me deixe sentar na poltrona num dia de domingo!" , ou implorar. Continuo calada, sentada, interpretando meu melhor papel de sossego, mas continuo gritando, gritando, e elas não me soltam. Mas poderiam, quando minha interpretação não é, senão, adorável?


Créditos: "Minha Alma - O Rappa"






Design e template feitos por Yanca Peixoto. Código HTML usado como base feito por Julie Duarte. A cópia é proibida, seja total ou parcial, e retirar os créditos é plágio. Não retire os créditos.
Atenciosamente, blog O Guarda-Chuva