Um

Autor: Angela G.

Gosto dos olhos dele. São grandes, marcantes. Mesclam seus mais diversos sentimentos de acordo com os momentos, e sempre têm um ar de displicência que os torna irresistíveis.
Não faço ideia se essa característica existe pelo também interessante formato das sobrancelhas. Grossas, desenham no rosto uma expressão imponente; às vezes que passa medo ou de uma simpatia admirável.
A boca... Ah! A boca! É preciso um livro...
Os cabelos pretos, lisos, caem de forma linda quando, num charme, ajeita-os. Me fascina. Acho que me apaixonei por eles antes.
O pescoço desce de encontro com as linhas dos ombros largos, másculos e os braços definidos, fortes, sempre me deram certa impressão de segurança.
Adoro os músculos e ossos do peito e barriga. Adoro sua força e o resto, por inteiro. O cheiro, mesmo suado, me atrai, e eu sempre vou, sempre. Mas ele vem antes e me seduz, como bem sabe e não posso contestar.
Fico parada, observando enquanto ele caminha na minha direção, o olhar meio tímido, mesmo assim elegante. Imagino a camisa meio aberta, um quase sorriso nos lábios e os olhos, fixos em mim, não como meio meu, mas meu inteiro e único.

Não tenho um título decente. *


Autor: Yanca K.


Pensamentos afloram em minha cabeça, mas preciso contê-los. Há mais o que fazer, mesmo que eu não deseje. Não quero esquecê-los e ceder espaço para todo o resto. Mas é necessário, mesmo.
Então os encolho, guardo em uma caixa segura, ao fundo da mente, e me afasto correndo antes que mude de decisão. É arriscado resgatá-los, mas eu quero. E muitas vezes quase me rendo às vontades.
Procuro-os aflita. E lá esta, seguro, no mesmo lugar. Considero essa uma péssima hora para ouvir sua consciência. E, novamente amedrontada, fujo. E sinto as idéias claras e precisas escaparem pelos meus dedos, como água cristalina.
Vejo a caixa reluzente em meus sonhos e devaneios, contendo milhões de idéias que tanto me tentam. Idéias e planos, de futuros, de vidas, de histórias... Enxugo o rosto banhado de lágrimas pegajosas com a manga surrada do pijama, e me levanto. É hora de acordar, deixando meus pensamentos para trás. Trancafiados. As responsabilidades estão aí, e a realidade me aguarda.



* OBS:Perdão, leitores, por não colocar um título decente e por esse fracasso de texto. Mas senti grande necesidade de postá-lo; talvez porque ele mostre o que sinto, ou porque gostei mesmo. Não sei o motivo, como também não sei o titúlo com que posso batizá-lo. Desculpem-me

Mania de capitalismo


Autor: Angela G.


Nunca gostei mesmo disto, desde pequena. Todas as menininhas queriam ser médicas, ou dentistas e os menininhos médicos também, ou bombeiros ou policiais. Eu só sabia que não queria ser nenhuma dessas coisas.
Parece-me tão tolo ter ambições desse tamanho e pior, iguais as que os pais querem. Não que minha mãe não fosse do grupo de pais que estimulam os filhos a entrar na alienação das escolhas de profissão, acho que ela só entendia minha criancisse, ou esperava que eu escolhesse "sozinha" uma dessas coisas. Bem... se não fosse também, ela entrou no grupo muito rápido ultimamente. E que grupo imenso.
Ele é tão imponente que abrange não só os pais, mas quase a população mundial inteira. Os que optam por frequentar os cursos menos concorridos ou são burros ou não levaram seu colegial à sério. De verdade, isso acontece. Não vêem que os cursos são menos concorridos porque a saturação é grande nas modinhas, claro que não, são cursos mais fáceis, pra quem não quer estudar. Etc.
Coisa de gente de cabeça capitalista, e só. Não que eu defenda um socialismo ou coisa parecida, só não defendo a mania do capitalismo de querer ganhar, ganhar, ganhar e ganhar mais dinheiro. Sempre assim. Ora, se eu escolher ser professora primária não vou deixar de ganhar dinheiro. Claro que também não ganharei 50 mil por mês, mas por que diabos eu quereria tanto?
Minha atual cabeça de 15 anos de idade e todas as minhas cabeças anteriores (de 14, 13, 12,...5) preferem fazer o que gostam e crescer muito intelectualmente, do que crescer muito fincanceiramente. Pode ser que o último crescimento venha por consequência do primeiro, não o recuso, mas de outra forma, e se vier para que minhas próximas cabeças encurtem de tamanho visando apenas a rotina do capitalismo, não, que não venha. Nunca.

Mentir pra si mesmo e acreditar, é o bastante.


Autora: Yanca K.
(obs: é meio grandinho, mas leia assim mesmo :D )



Ela não era bonita, tão pouco inteligente. Cabelos longos, padronizados, e olhos castanhos ocre. Um olhar unanime, como tantos outros. Um rosto redondo e rosado, um sorriso simpático e comum; Às vezes deixava-se voar demais, em outras nem tirava os pés do chão. Era uma garota normal, apenas.
Não gostava de todas as atenções, mas não as dispensava completamente. Gostava dos seres e desgostava das pessoas, assim simplesmente. Não era completamente feliz, sendo assim era metade triste.
Sorria sempre que necessário e fazia-se agradável. Possuía alguns argumentos, que convenciam a todos, exceto a si própria.
Conversava, andava pelo gramado verde, ia à escola e era normal. Embalava-se no balanço com os pés descalços arrastando pela areia áspera, assentava-se e fazia a lição. Chorava quando castigada e crescia cada dia mais. Sempre assim, nessa rotina de não possuir rotina, e ser normal.
Saia para festas e passava da infância, sem nunca retornar a esta. Andava já grande, mas ainda sim insignificante. Buscava não ser muito infantil, nem mesmo bastante adulta. O tempo passava sem que a garota percebesse. As pessoas perguntavam-lhe sobre o futuro e ela adiava-o por medo.
O futuro era uma questão bastante ampla, apoiava-se no passado, ao mesmo tempo em que necessitava de suas escolhas feitas no presente e de sua vocação. Vocação que ela percebeu não possuir. Ela não era boa em nada considerável. Não era boa dançarina, não era boa escritora. Não conseguia concentrar-se ou argumentar. Não gostava de lidar com gentes, não conseguia ensinar. Não tinha paciência ou dom musical. Suas escolhas poderiam salvar-lhe, caso ela não fosse decididamente indecisa.
Então a garota esforçou-se, retomou um pouco de tempo e tentou achar seus talentos. Não foi completamente em vão, porém não foi também suficiente. As pessoas, os seres, o tempo a pressão continuavam a atormentá-la. Como se não fosse bastante, a sociedade em que ela vivia achava tudo isso completamente normal. E aquela garota nada mais era do que comum e normal, aceite então querida.
Ela embalava a vida, apressada. O futuro ainda a aguardava, angustiando-a. E o relógio não parava nunca seu ‘Tique-Taque’. Existia agora pouco tempo para que ela tomasse suas decisões, para que ela encontrasse suas vontades, virtudes e vocações.
Continuavam a lhe perguntar sobre a vida, e como vira todos fazerem, ela sorria e respondia que tudo estava bem. Sempre bem, não é? No entanto não era exatamente assim que ela se sentia, não sempre.
Em um dia nem tão belo, como repetem todos os contos de fadas, a garota respondia mais uma vez que tudo andava bem, quando caiu em si. Naquele momento percebera o quanto hipócrita fora por andar mentindo e se deixando levar pela unanimidade estúpida. Descobriu também, neste mesmo momento, sua vocação, seu talento, seu dom. E ELA O USARA O TEMPO TODO! Era apenas mentir, a única coisa que ela fazia bem tentando enganar a si mesma.
Fizeram novamente a pergunta sobre seu futuro, e então ela riu livremente e respondeu que estava preparada e aguardando, muito provavelmente usando seu mais persistente talento.

Não quero

Autor: Angela G.


Revoltei. Não parece, mas é. Eu escrevo minha rotina e quero mesmo, de verdade, seguí-la, então eu tenho sono e quero mais pensar, sentir e dormir que seguir minha rotina. Não sei se é a falta de sentido, não sei. Não quero mais fazer, fazer, fazer. Quero tanto ler meus livros em paz, e ouvir música... muita, aquelas que me acalmam, me fazem pensar, depois quero dançá-las. Todas.
Quero, no meu futuro, não fazer nada e envelhecer quieta. Passar meus dias rindo e brincando num lugar cheio de verde. Lá tem redes, grama, livros espalhados e organizados, ou não. Lá tem o meu amor, e ele ri comigo, dorme comigo, corre e brinca de me pegar na grama. Talvez meu amor durma e eu não, pra olhar pra ele e ter lembranças.
Sabe o que me deixa nesse estado de protesto? É a saudade. Todo mundo fala que tem saudade. Da infância, adolescência, quinze, dezesseis... até dezoito. Quero ter saudade não, quero nunca ir pra faculdade e montar uma sozinha. Vou aprender com os livros, escrever sobre eles e sobre o que eu vivo. Por que não posso ganhar com isso?
Quero continuar andando no paralelepípedo e olhando pro céu, alegre.
Chegar atrasada e não ter muitos modos. Ser divertida. Chata. Brava pra alguns e única pra poucos. Eu mesma, todos os dias, todas as horas e assim ser.
Quero acordar muito mal humorada, dançar e voltar a ser contente.
Quero acordar muito alegre e brigar com todos os pessimistas da rua.
Quero defender minhas ideias pro resto da vida, sem aceitar a dos outros.
Posso só respeitá-las.
Quero ainda ter argumentos pra tudo e não me deparar com "nunca pensei sobre isso".
Não é que eu queira ser criança a vida toda, só não quero ser adulto.

"Exclusivo"


ANTES DE TUDO, o conteúdo abaixo tem coerência com a data da publicação da revista, mas, por motivos pessoais (já que sou muito importante) e mera preguiça, não postei antes. Obrigada pela atenção :) enjoy

Roubei a ISTOÉ dessa semana pra ler a reportagem de capa "Lula fala de sua vida após o governo". Foram 7 páginas, frente e verso de editorial e a entrevista. No primeiro momento os autores fazem um resumo das falas de Lula em toda a entrevista e explicam suas metáforas, simplificando tudo. Depois são as perguntas e respostas.
Nosso querido presidente, que deixa seu cargo no dia 31 de dezembro me inspira muito e me deixa irritada um mês seguido. Se você não leu e não tem a intenção de ler a reportagem, eu te explico. O presidente falou da sua incrível, e realmente incrível, influência no mundo e no país, principalmente, e quer aproveitá-la pra continuar na política, segundo uma de suas metáforas pra burro ou pobre, tanto faz, entender.
Fez muita campanha pra sua possível sucessora Dilma, onde ele diz que a criou, que ela evoluiu, que ela não guarda mágoas - o que diz ser muito importante pra quem vai governar um país - e que ele acha que mulheres devem governar um país. Por quê? "Vamos ser francos, o nosso caráter é o da nossa mãe." Essa frase resume tudo o que ele disse sobre as mulheres serem cuidadosas, corajosas e humanas. E usa o termo mãe, porque é delimitado que toda mãe é assim, segundo ele.
Olha, eu sou mulher e, agora, não votaria em uma mulher. Mulheres tem realmente muitas qualidades e são, talvez, melhores que homens, mas mulheres não deveriam ter um cargo como de presidente, porque mulheres não conseguem se controlar. Eu sou mulher, e tem dia que eu quero matar todo mundo, como tem dia que eu quero abraçar todo mundo. Um ser que toma decisões pra uma população inteira tem que ser firme sempre, e não volátil.
Agora, na minha generalização, não sei se posso incluir a Dilma. Ela é mulherzinha? É, me parece que um ser mesclado, que se produz como uma mulher e age como macho(nem homem é), não é uma escolha pra ser governante. Mas quem sou eu pra dar opiniões? Nem votar eu voto! HAHAHA
Voltando, Lula, claro, não falou mal de nenhum opositor, mas deixa clara a certeza que tem da sucessão do seu governo. Comentou muito sobre sua relação internacional e toda a polêmica sobre seu envolvimento com Ahmadinejad (presidente do Irã), tentando explicar tudo isso. Concluímos que é um cara muito sonhador que quer a paz mundial. Voto em Lula pra Mister Brasil.
Fim da entrevista: o presidente diz que o mais importante foi "a relação que estabeleceu com a sociedade" e se emociona contando que os sem-terra e hansenianos foram ao Palácio e ele beijou os hansenianos, coisa que nenhum outro presidente fez, e deu aposentadoria pra eles. Mas o fim não é o fim, e ele ainda vai ser uma figura política por muito tempo. Ainda bem que ele tem 64 anos.

Créditos: Edição 2126, publicada em 11/08/2010, revista ISTOÉ.

1/2 voto pra ditadura


Autor : Angela G.

Costumo dialogar comigo mesma na maior parte do tempo e agora a pouco me explicava, ou melhor, tentava me explicar, o porquê de nossos jovens terem encontrado essa forma colorida de se "mostrar" (ou seria rebelar?), e o surgimento relâmpago dessas bandas "teen".
Cada vez mais jovens começam a usar calças coloridas e escutar a banda cine porque é um modismo, claro. Cheguei à conclusão de que o motivo pra tal são os jovens mal informados, e não porque não exista a informação, mas porque não a procuram.
É como o surgimento dos emos: simples e puramente ouviram falar do movimento musical "emocore" e que os integrantes tinham franja que tampam o olho; alguém achou legal e copiou, mas não sabia o que significava e o resto do mundo dele o copiou, mas não sabiam o que significava. Resultado: "Jovem, o que você representa na sociedade ?". Jovem: "Eu sou emo."
Não existe esse diálogo formal, são o que as roupas manifestam - mas, pelo menos, as roupas pretas dos emos diziam que existia algum tipo de sentimento triste, agora, roupas coloridas significam..? - É triste. Evoco a tristeza para caracterizar o fato. Acabo de dizer que o nosso futuro será desses jovens que não sabem o que são, o que representam e, na verdade, não se importam, como poderiam? Nem o sabem.
E questiono, como poderiam saber se suas músicas não os instruem ? Pais, o que fazem vocês que não mostram pros seus filhos música, ao menos ? E, agora, suplico: Pais, socorro!
Reclamamos ao governo melhoria na educação, mas e em casa? Se fosse mostrado aos jovens senso crítico, eles o teriam; Se lhes fosse exigido que soubessem mais política, eles saberiam; Se lhes fosse cobrado, eles fariam.
Garanto que um jovem com o mínimo de instrução não ouviria um refrão das músicas da banda que citei. Jovens procuram aquilo que lhes é interessante, façam com que alguma coisa seja e eles procurarão. Mas exija! Se só com a repressão for possível que mude, tornar-me-ei favorável.

* A Yanca comentou sobre esse texto na primeira crítica dela, e eu achei interessante (e que faria mais sentido) postar ele aqui ;)

Little Dream



Autor: Yanca K.


Ela ainda buscava compreender, enquanto rabiscava frustrada seu velho caderno. Seus dedos miúdos batiam freneticamente contra o carpete empoeirado, sobre o qual ela estava deitada. Muitas pessoas a sua frente falavam com sua pessoa. Mas ela mal escutava, sua cabeça estava em outro lugar.
Sua mãe a chamou e a exibiu entre as amigas, ela gostava de ser o centro das atenções. Todos queriam pega-la. Linda boneca viva. Seus cabelos curtos e sedosos emolduravam sua pequena face, que sempre mantinha seu sorriso infantil. Ela gostava muito desses momentos, felizes, nos quais ela desenhava. Momentos também que ela sonhava, embora não possuísse um sonho. Crianças não têm necessidade de um sonho. Ou tem?
Essa foi a questão que a pequena garota não soube responder. E aquilo a intrigava. Ela queria ter seus sonhos.
_Não fique com essas bobagens na cabeça querida! – dizia-lhe a mãe. Mas para ela não eram apenas bobagens. Ela insistia sempre em descobri-los, mas não conseguia.
Em um dia, enquanto brincava pela calçada, avistou-os! Não podia conter tamanha euforia. A garota já com lágrimas nos olhos soltou-se da mão de sua mãe e saiu correndo atrás deles.
Ela não prestava atenção a sua volta, estava focada.
Ouviu-se o barulho de pneus derrapando sobre o asfalto, a garota corria por lá também. Um grito agonizante quebrava o silêncio. E então, a pequena garota se encontrava caída em meio a uma poça de sangue. Sua pequena palma, já fria e sem vida, estava fortemente fechada. E dentro dela encontravam-se capturados cada um de seus sonhos.

A vida...

Autor: Angela G.


Ela era uma pessoa que nunca aceitou sua velhice. Não que mentisse a idade, não o fazia, mas às vezes eu a observava chorar enquanto perdia a capacidade de fazer tudo o que um dia pôde e era triste, como era.
" A vida passa tão rápido, meus amores - ela dizia às crianças - e você se esquece dos relógios às vezes, esses que fazem de tudo para anteciparmos as rugas. Ah! os relógios... "
Teve uma maravilhosa vida essa mulher, acho que por isso ela não consegue aceitar, mas também penso que ela gostaria de ter feito mais, ter ajudado mais, ter sentido mais... na verdade não a conseguia entender !
Tem uma mente extraordinária a mulher! Lembro dela ter-me dito : " ... Ninguém é insubstituível, e os que são não poderiam ser felizes porque jamais conheceriam coisas novas! " - Foi assim que ela me disse pra nunca ser boa demais e eu sorri, quase rindo de algo tão fantástico saindo de uma velha que parecia ser tão perfeccionista.
Nunca teve filhos, teve um marido, morou fora e conheceu o mundo, não era rica, mas elegante, teve uma vida extremamente comum a não ser pelo fato de que quem a conhecia realmente sabia quão interessantes e maravilhosas ideias ela guardava só pra si. Quanto egoísmo eu diria.
A morte não parecia assustá-la, talvez uma certa curiosidade a atingisse, ela só não conseguia esquecer tudo o que um dia conseguiu ter e seguir em frente pra lá se sabe onde...

Assimilar toda a sua vida com a forma natural e comum como tudo deve acontecer talvez seja a coisa mais difícil que um dia você terá que fazer, e aceitar, aceitar que tudo um dia acabará assim como você, e novas coisas acontecerão, pessoas te substituirão, novos caminhos serão abertos e espaços revolucionados, tudo pode ser esquecido e você será, pois nunca mudou a história do mundo e lamenta não ter tirado os pés do chão quando estes já não conseguem se mover.

Uma crítica :D (sim, me deu uma louca aqui e eu escrevi isso .-.)

Autor: Yanca K.


A cada dia eu busco compreender essa sociedade caótica em que me encontro inserida. Por mais incrível que pareça eu não sou o maior problema dela. É eu avisei, isso é realmente estranho.
Mesmo assim faço parte do problema. Isso me aflige.
O tempo já não é mais tão valido como antes, as coisas importantes da vida se tornaram banais! E eu (com minha mente tão limitada) fico buscando respostas, motivos para ser assim; Obviamente é tudo em vão. Eu nunca(NUNCA)vou conseguir entender o que se passa na cabeça dessas pessoas idiotas, que buscam ser mais imbecis ainda. Sim, isso é possível.
Como disse a própria Angela* : os jovens não sabem o que representam para essa sociedade (se é que eles sabem o que é isso.)
Realmente, me desculpe se você se encaixa nesse perfil de jovem patético. Mas, sinceramente você é mesmo um completo idiota (:

É, eu me nego a fazer parte dessa geração!



* A Angela escreveu um texto sobre a sociedade de modinhas em que vivemos, mas eu não postei aqui (HIHIHI) provavelmente farei isso em breve!

Madness?

Autor: Yanca k.


Não possuo motivo aparente, mas mesmo assim faço o que considero melhor. As pessoas não conseguem compreender ao menos o que eu penso quem dirá o que sinto. Mas bem, não me importam os outros. A questão é. O que mais poderei fazer?
Tenho plena consciência de que estou preso. Preso em um lugar que jamais conseguirei escapar, estou aqui, acorrentado aos meus sofrimentos. Não há como fugir de minha cela, não há como fugir de si próprio. Não há como deixar tudo para traz.
Não há companhia viva comigo. Tenho a solidão, porém até ela me ignora. Também há a insanidade e em alguns momentos fico face a face com ela, tão logo me sinto afogar em seus olhos de desespero. Apreciaria muito que houvesse qualquer ser, mas não. Nem a própria morte me tira dessa agonia intensa que é estar aqui, se ela o fizesse seria eternamente grato.
Então estamos aqui. Eu a solidão e minha insanidade. Acho que poderia começar apreciar essas companhias, mas é difícil sabendo que são elas que me deixam assim tão impotente.
Durante muitos momentos tento quebrar as algemas da dor que prendem a esses sentimentos idiotas. Mas ultimamente elas andam mais sólidas, e isso claramente é culpa do sofrimento. Depois de me debater contra tudo isso, ouço ruídos. Então eles apenas cessam, somem, evaporam, como se não estivessem aqui um minuto antes alimentando esperanças vagas. Isso me cansa, me deixa tão exausto.
Então apenas escrevo, olhando para essas paredes brancas que me deixam cada dia mais louco.

eternal love.

Autor: Yanca K.


Enquanto eu o olhava, me coração se comprimia. Ah, eu o amava tanto. Ficava mais do que ansiosa quando o via passar, com aquele sorriso que me deixava tão boba. Aquele olhar que me gelava toda, ao mesmo tempo em que derretia meu coração. Como era triste, ah droga. Como eu sofria. Mesmo sem contar pra ele, eu tinha insegurança de que me rejeitasse. Mas isso não amenizava o amor, e o amor não amenizava a dor.
Ás vezes sem motivo eu me pegava o contemplando. Como eu o amava.
No começo pensei que seria como qualquer um. Mas não, você domina os meus pensamentos, e sinceramente, eu amo isso. Não é de se surpreender, já que, eu amo tudo em você. Seus defeitos me cativam, até eles possuem certa perfeição.
Ah como dói, meu coração já não suporta, tão confuso está. È como se você simplesmente o fizesse parar de bater ou acelerar, não sei ao certo. Não importa até isso me atrai. O perigo que você representa, bambeia minhas pernas e motiva minha vida.
Para deixar bem claro. É, eu te amo.

O amor e sua definição

Autor: Angela G.


Cansei de ver, ouvir e conviver com mulheres que pensam dominar o homem, o mundo, a inteligência e ser um ser superior por algum motivo que parece ser explicado numa parte do corpo humano que só a mulher tem: o útero. Também não gosto de homens com esse ar de superioridade, mas as mulheres assim são em maior número, aliás, difíceis as que não são, pelo menos em meu grupo social.
Essa mulher a qual me refiro tem as explicações pra todos os problemas do mundo no homem, indo dos problemas de sua vida cotidiana - ele não tem responsabilidade, não sabe o significado de família, nunca diz que me ama, não sabe o que eu quero (mesmo que nem eu saiba), não é um romântico, só pensa em sexo - aos problemas globais - eles são frios e não têm compaixão para resolver os problemas sociais, não ligam pro aquecimento global, só enxergam seu próprio umbigo, etc.
Mas minha implicância maior é com a definição que dão ao amor: ele não existe ou, se existe, é inalcansável. Porque o amor, elas vêem, como uma vida que se tem pra exercer um poder maior, ou, de outro ângulo, uma vida que elas tem para seguí-las a uma regra exata e que, jamais, contestará suas decisões, mesmo que elas nunca dêem certo, porque a mulher deve impor-se para alcançar o respeito.
Não discordo: esse amor não existe. E acrescento, com a graça de Deus! Pois, veja só, esse é um amor que esmaga, que sufoca, que não vive. Lembra-me o catolicismo em seus primórdios, que impunha um Deus punidor e ao qual devíamos submissão total. Isto era a fé e o amor à Deus. A história nos mostra os conflitos consequentes. Penso em quão atrasadas são essas mentes que pensam quase que exatamente, mudando apenas o tema principal, como os primeiros padres. Cômico, não?
Sinto pena dessas desiludidas e mal amadas que jamais encontrarão amor na vida, mesmo que se casem. Não tenho pena dos homens que se submetem a esse poderio, rio deles. Sou mulher e pareço, analisando dessa forma, um tanto "machista", eu sei, mas me explico. O amor, a meu ver, é o compartilhamento de duas visões de mundo, distintas, mas que conseguem se assimilar e se aceitar, porque mais que homens e mulheres, somos seres humanos e nós somos diferentes. Cabe ao amor respeitar essas diferenças.
Quanto a mulher se impor pra ser respeitada, que usemos nossos direitos iguais e nos tratemos uns aos outros dessa forma. Somos iguais ao extremo da diferença.

quem sou?

Autor: Yanca K.


Fico triste em um momento, e tão logo me perco.
Mas, ao simples fato de me perder já me contrario, pois se ao menos sei quem sou.
Passo horas e horas distante, admirando uma perfeição irreal em minha face.
Tanto tempo para ver que a ilusão me assola, me acompanha.
Vi que de nada vale este meu sorriso escancarado e caloroso, esses meus olhos gentis e alegres, este meu cheiro agradável de brisa. Ou nem sei se é isso ao certo.
De mim, tudo desconheço.

Medos

Autor: Angela G.


Eu descubro a cada dia que o medo me encobre e penso que eu poderia mudar esse lado da questão.
Eu tenho a escolha de ser racional por inteiro e assim seguir em frente sem, jamais, questionar o que passou.
Eu tenho medo.
Tenho, também, a escolha de não ser racional e me arriscar, novamente, sem temer as consequências.
Eu tenho medo.
Como eu encontraria um meio termo? Trata-se aqui de uma questão delicada: meu futuro.
O fato de ser racional me leva a questionar ambas as minhas supostas escolhas e me leva a temê-las.
Sei qual seria a mais sensata decisão, mas e se assim for infeliz por toda a eternidade? Pelo simples fato de ter orgulho...
Sei que se me deixar levar, sentirei, amarei e me verei mais feliz que qualquer criatura, mas bem, por quanto tempo ?
O feliz me deixa a escolha de sentir, não pensar. Ah, e tenta-me perdidamente!
Vejo-me, assim, encolhida. Perco todo o meu tempo assimilando e quando alcanço, ou penso assim, desisto.
Há uma falta de foco que me comove e me atrapalha acima de tudo.
Sinto-me fielmente ligada a mim mesma quando me aparecem rostos conhecidos, conhecidíssimos.
Esses rostos pensam ter meu nome.Eles têm opiniões. Eles me perturbam.
Às vezes nada mais sou que um fantoche e as linhas que me seguram são esses rostos... Eles são tão importantes... não são?
Deixa-me, deixa-me, deixam-me ! Vocês!
Medos, indagações, escolhas, sentimentos, pensamentos, rostos, vocês...

And She Wrote.

Autor: Yanca K.


Ela olhava a tela luminosa na sua frente, sabia que algo a faltava.
Seria inspiração? Não isso ela possuía de sobra. Então porque não começava logo a por para fora seus mais loucos sentimentos?
Ela deitou-se e sentiu o cheiro de eucalipto que vinha do climatizador ao lado de sua cama. Aspirou a poeira que havia se acumulado sobre seu travesseiro para clarear a mente. Pensou em tudo que lhe havia acontecido e colocou as idéias bem organizadas, foi ao banheiro. Puxou o cabelo em um rabo de cavalo. Lavou o rosto com água gelada, e o secou em uma toalha áspera. Parecia tudo perfeito.
Voltou ao computador, a história pronta em sua mente. Sentou-se e digitou o título, mas a sensação de que algo faltava a abordou novamente. Desistiu.
Rolou para sua cama, adormeceu.
Acordou pensando saber a chave do segredo. Era simples, imbecíl, no entanto tinha sofrido com pouca coisa.
Suas mãos foram ágeis até a escrivaninha, arrancaram com pressa a gaveta que continha o antídoto. Pegou-o. Estava um pouco amarrotado, mas era o mesmo, daqueles que se usavam tantos anos atrás. Olhou-o com prazer, agora sim podia começar. Ela já sentia sua textura em sua mão, assim como sentia o sangue borbulhar em sua língua.
Apoiou o papel na escrivaninha e as palavras jorraram com brutalidade para ele, foram se encaixando uma após a outra. Como ela podia ter se esquecido a agradável sensação de escrever? Ah, sim. A culpa não lhe era cabível, e sim a toda aquela tecnologia idiota.

welcome !

sejam todos muito bem vindos, (se é que tem alguem visitando aqui RS).
nesse lindíssimo blog Yanca (eu) e a Angela (minha amiga)vamos postar alguns textos, idéias, sonhos e mais. De nossa autoria *-*
sinceramente, eu espero que gostem.

Beijos e beijos da yanca.






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Atenciosamente, blog O Guarda-Chuva