Não quero

Autor: Angela G.


Revoltei. Não parece, mas é. Eu escrevo minha rotina e quero mesmo, de verdade, seguí-la, então eu tenho sono e quero mais pensar, sentir e dormir que seguir minha rotina. Não sei se é a falta de sentido, não sei. Não quero mais fazer, fazer, fazer. Quero tanto ler meus livros em paz, e ouvir música... muita, aquelas que me acalmam, me fazem pensar, depois quero dançá-las. Todas.
Quero, no meu futuro, não fazer nada e envelhecer quieta. Passar meus dias rindo e brincando num lugar cheio de verde. Lá tem redes, grama, livros espalhados e organizados, ou não. Lá tem o meu amor, e ele ri comigo, dorme comigo, corre e brinca de me pegar na grama. Talvez meu amor durma e eu não, pra olhar pra ele e ter lembranças.
Sabe o que me deixa nesse estado de protesto? É a saudade. Todo mundo fala que tem saudade. Da infância, adolescência, quinze, dezesseis... até dezoito. Quero ter saudade não, quero nunca ir pra faculdade e montar uma sozinha. Vou aprender com os livros, escrever sobre eles e sobre o que eu vivo. Por que não posso ganhar com isso?
Quero continuar andando no paralelepípedo e olhando pro céu, alegre.
Chegar atrasada e não ter muitos modos. Ser divertida. Chata. Brava pra alguns e única pra poucos. Eu mesma, todos os dias, todas as horas e assim ser.
Quero acordar muito mal humorada, dançar e voltar a ser contente.
Quero acordar muito alegre e brigar com todos os pessimistas da rua.
Quero defender minhas ideias pro resto da vida, sem aceitar a dos outros.
Posso só respeitá-las.
Quero ainda ter argumentos pra tudo e não me deparar com "nunca pensei sobre isso".
Não é que eu queira ser criança a vida toda, só não quero ser adulto.

0 comentários:

Postar um comentário







Design e template feitos por Yanca Peixoto. Código HTML usado como base feito por Julie Duarte. A cópia é proibida, seja total ou parcial, e retirar os créditos é plágio. Não retire os créditos.
Atenciosamente, blog O Guarda-Chuva